Sucessão municipal

2024: A falta de articulador na oposição a Allyson

Repetir a façanha em nível nacional e estadual não é fácil em Mossoró

Por William Robson

Ainda leva tempo para as próximas eleições municipais. A oposição ao prefeito Allyson Bezerra prepara ensaios e, segundo o jornalista Carlos Santos em artigo no seu blog, parte na frente. Nada está efetivamente definido, é verdade, não há estratégia organizada neste momento. Mas, os primeiros sinais são dados na cata por eventuais deslizes do atual ocupante da Prefeitura.

2024 é o foco. A oposição está desarticulada e sem um nome capaz de estabelecer uma frente ampla suficiente a enfrentar o prefeito Allyson Bezerra. No texto, Carlos Santos mostra que o maior adversário de Allyson, a prefeita Rosalba Ciarlini e o seu agrupamento, demonstra-se taciturno e desalinhado em provável retomada.

A chamada ala progressista, mais entusiasmada, tenta ocupar o espaço. O problema reside neste bloco: a ausência de protagonista capaz de estabelecer alianças que extravase o nicho, frente ampla que atraia capital eleitoral o bastante para abater o atual prefeito.

Repetir a façanha em nível nacional e estadual não é fácil em Mossoró.  A começar pela escolha de protagonista de consenso no grupo. O jornalista Bruno Barreto, no Foro de Moscow, elencou três nomes do chamado campo progressista: Isolda Dantas (PT), Pablo Aires (PSB) e Tony Fernandes (Solidariedade).  O trio pertence a agremiações distintas, então, o acordo teria de começar por aí, na costura entre si, o que não seria uma tarefa difícil.

O desafio é sair deste quadrado. Lula e Fátima conseguiram extrapolar o seu núcleo, contrariando até mesmo a vontade de integrantes do seu próprio partido. Arquirrivais se uniram, como Lula e Alckmin; partidos dissonantes se aliaram, como parte do União e o PT; e radicalismos foram abandonados (como no apoio do PT à reeleição à Câmara de  Arthur Lira). Acordos em nome de uma frente democrática contra Bolsonaro.

Por sua vez, Fátima costurou alianças que conceberam sua reeleição no primeiro turno. O vice-governador é Walter Alves e seu candidato ao Senado foi Carlos Eduardo Alves, não eleito, representantes históricos de uma oligarquia, em parte, ressurreta neste acordo. A chapa “Farinho”, casadinha com o senador eleito Rogério Marinho, se espraiou por todo RN, sem gerar maiores resistências.

No caso municipal, o caminho tende a se repetir? Há fatores importantes que pesam na construção de uma “frente ampla” em Mossoró contra Allyson. O prefeito traz consigo uma aprovação de 86%, índice que historicamente cresceu nas últimas quatro pesquisas trazidas pela TCM/TS2.  Ou seja, está longe de Allyson ser considerado um prefeito impopular, diferente de Bolsonaro em nível nacional.

A oposição necessitará fazer este cálculo e construir uma plataforma discursiva embasada. Carlos Santos considera que os adversários iniciaram trabalho “desengonçado” de desconstrução do prefeito.  “Não é uma tarefa para poucos, nem do dia para a noite”, analisa.

E sobre esta provável frente, o agrupamento mais proeminente da oposição se uniria e ousaria sair da bolha, propondo-se a juntar cacos do rosalbismo (que busca abrigo no Governo Fátima) e do sandrismo (que já anunciou aposentadoria “compulsória”)?