A ameaça bolsonarista contra Bruno Barreto
No programa do Youtube desta segunda-feira (16), o jornalista denunciou aquela que considera a maior agressão já recebida em sua atuação jornalística
Por William Robson
Não é incomum os jornalistas serem atacados pelas informações que produz. E também não é incomum que estes ataques atinjam a figura do profissional, não a mensagem. Ou seja, o mérito do debate é esquecido e o o alvo passa a ser o emissor. Foi o que aconteceu, desta vez, com o jornalista Bruno Barreto, do Blog do Barreto e do Foro de Moscow.
No programa do Youtube desta segunda-feira (16), o jornalista denunciou aquela que considera a maior agressão já recebida em sua atuação jornalística. Tanto que precisou, pela primeira vez, registrar Boletim de Ocorrência na polícia. Tudo por conta de postagem em seu Twitter sobre o episódio da influenciadora Karol Eller. Uma constatação da intolerância bolsonarista e clara homofobia a levou a cometer suicídio diante das pressões do universo o qual integrava e que não aceitara tal condição.
Bruno afirmou que o “preconceito mata, a homofobia mata, o bolsonarismo mata”. Tudo está conectado. Mas, foi o estopim para que o bolsonarista Rodolfo Rummenigge Moura Ferreira (imagem principal) tomasse para si a observação e iniciasse as suas duras investidas. Citou o Foro de Moscow, que Bruno estaria a favor do Hamas (e qual o problema de caráter geopolítico se estivesse?) e que o presidente Lula seria o “demônio” (lembrando que Rummenigge se apresenta como cristão).
O pior vem em seguida: “Por isso que quando o mito ou o mito Bolsonaro falou que era pra se armar, tem razão. Porque quando aparecer um bosta desse aí com uma ideologia bosta daí satânica, o cara planta-lhe uma bala na cara, na testa logo, entendeu? Taí, satanás, vai se encontrar com o satanás logo, que é o melhor que você faz (…) Merecia ser estrupado pelo um jumento a noite todinha (fala original)” , sugeriu o bolsonarista.
As ameaças de morte estão bem claras, evidentes, fortes até. O revide entrou no campo da violência e qualquer intimidação neste sentido, partindo de figuras insensatas e delirantes, necessita extremo esquadrinhamento. A atitude mais correta foi procurar a polícia e exigir segurança e providência.
O intolerante bolsonarista, incapaz de iniciar debate civilizatório e movido por dogmas religiosos deturpados, é um perigo não apenas para Bruno Barreto (para quem pipocam manifestações de solidariedade, as quais me associo), porém para o jornalismo e para a sociedade.
É bem verdade que o bolsonarismo se dilui, esvanescendo lentamente, embora ações características continuam latentes e, igualmente, perigosas. Siga firme, Bruno.