Os sinais da oposição em crise na Câmara
A semana foi marcada por embates na Câmara Municipal. Embates como uma espécie de “fogo-amigo”
Por William Robson
A semana foi marcada por embates na Câmara Municipal. Embates como uma espécie de “fogo-amigo”. Integrantes da oposição usaram os meios de comunicação para se digladiarem, o que vem gerando uma tentativa rápida de reposicionamento da bancada adversária do prefeito Allyson Bezerra.
O vereador Francisco Carlos (Avante), até agora líder da oposição, participou do programa do jornalista Saulo Vale na Rádio Rural para criticar a postura da sua colega Marleide Cunha (PT) nas críticas destiladas à Prefeitura, em relação a escolas, ao recorrer a minúcias como porta de geladeira quebrada ou bebedouro com defeito. “Eu não me coloco à disposição para discutir detalhes, como porta ou ventilador quebrado. Isso sempre existiu e continuará existindo, inclusive quando fui secretário [de Cidadania]”, adiantou o parlamentar.
Carlos referiu-se a vídeos divulgados nas redes de Marleide durante inspeção a uma escola municipal. O vídeo gerou repercussão. Vereadores governistas reagiram. Disseram que as escolas estão, pouco a pouco, recebendo os benefícios do programa Mossoró Cidade Educação. Foram 43 escolas já beneficiadas até o dia anterior ao vídeo de Marleide. No dia seguinte, chegou a 45. “Todas as unidades de educação receberão mobília, inclusive todas terão ar-condicionado, diante disso as inverdades são desmentidas, e por meio do trabalho tudo vai sendo esclarecido”, rebateu o vereador Lucas das Malhas sobre o processo de equipamento das unidades.
Neste diapasão, a oposição não se entendeu. Enquanto Marleide verificava a tampa do freezer, seu colega criticava sua postura de oposição no varejo. “Eu não vou estar discutindo a situação de um bebedouro. Eu quero discutir a qualidade da política pública, que é isso que interessa. A escola pode funcionar bem, apesar de não ter um refrigerador adequado. Essas coisas são meios, não são fins”, disse.
Marleide também foi à imprensa para defender sua atuação. “Temos que discutir sim as condições estruturais de uma escola, uma criança não aprende se não estiver num ambiente propício à aprendizagem”, afirmou, em entrevista aos jornalistas Vonúvio Praxedes e Carol Ribeiro, acrescentando que Carlos “tem demonstrado dificuldade de se posicionar em relação às criticas ao prefeito Allyson Bezerra”.
A crise se instalou na oposição. Imediatamente, o vereador Pablo Aires se levantou para defender novo nome na liderança. Marleide apresentou este nome na entrevista: a do parlamentar Tony Fernandes (que, por sinal, é integrante do partido do prefeito, o Solidariedade). Há dois blocos de oposição, com nove vereadores em ambos. Falam que Francisco Carlos, diante de suas declarações tidas como aderentes ao Palácio da Resistência, tende a migrar. Porém, já fora convidado, informalmente, a sair.