Gato preto dá sorte em qualquer sexta-feira 13
Sempre que a Sexta-feira 13 surge, lá vem as figurinhas com um gato preto para potencializar o mais tenebroso e sombrio dos mundos
Por William Robson
Nas comunidades que se empenham pela adoção de cães e gatos, o gato preto é sempre deixado à margem. É o esquecido e abandonado. Os claros são os escolhidos. As pessoas, muitas sem perceberem, trazem consigo a ideia de que o felino de pelagem escura está atrelado ao azar, às maldições reforçadas em datas como a Sexta-feira 13. Sempre que o dia surge, lá vem as figurinhas com um gato preto para potencializar o mais tenebroso e sombrio dos mundos em forma de brincadeira, mas que se volta seriamente contra estes bichinhos.
Rita Lee, “mãe” de um gato preto, disse que eles dão sorte. Há imagens da rainha do rock vestida de bruxa e com o bichano no colo. Ela quebra, assim, dois paradigmas que se tornaram pejorativos por estas bandas: a atitude das bruxas e dos seus belos companheirinhos.
O preto sempre foi caracterizado como algo negativo, ruim, com frases que ganharam o cotidiano. O racismo advém, em parte, disso. Tornou-se antagônico de limpeza, de algo cândido… O gato acabou incorporando toda discriminação a ponto de em 27 de outubro ganhar uma data de conscientização, o “Black Cat Appreciation Day”, ou seja, o Dia da Afeição ao Gato Preto.
Há quem afirme que a cor da pelagem preta transmite tranquilidade e determina a personalidade do gato. Quanto a isso, não posso atestar. Na minha experiência pessoal, quanto ao gato preto que manda em minha casa, o Scott não é nada tranquilo, porém transmite a paz, a alegria e o carinho aos humanos. É bruto e dócil, como todos os gatos tendem a ser. Já nasceram pobres, já nasceram livres e dão sorte a quem cruzar com eles.