Cassação dos vereadores Naldo e Lamarque: como eles reagiram?
Justiça cassou o registro da chapa de vereadores do PSC e por consequência os mandatos dos vereadores Lamarque Oliveira e Naldo Feitosa. Veja o que eles disseram sobre a decisão
Por William Robson
A informação do fim de semana envolveu dois vereadores da Câmara de Mossoró. No início da tarde, o Blog do Barreto destacava que a juíza Giulliana Silveira de Souza, da 33ª Zona Eleitoral de Mossoró, cassara o registro da chapa de vereadores do PSC e por consequência os mandatos dos vereadores Lamarque Oliveira e Naldo Feitosa.
Não significa, no entanto, que ambos os parlamentares devem limpar as gavetas de seus gabinetes de imediato. A decisão da Justiça, por ser de primeiro piso, cabe recurso. E os vereadores poderão aguardar o transcorrer o processo em seus mandatos. De certa forma, evita que, no andamento da análise, decisões antagônicas possam vir a trazer instabilidade para a Câmara, com a troca e detroca de vereadores.
A Justiça entendeu que que PSC teria recorrido a candidaturas femininas laranjas para burlar a cota de gênero usando oito das dez mulheres colocadas no pleito. Ou seja, uma tentativa de mostrar legalidade a partir da inclusão de mulheres no partido.
Segundo informou o Blog do Barreto, a magistrada Giulliana Silveira apontou a padronização da prestação de contas de seis candidatas, ausência de autonomia delas para utilizar os recursos do fundo eleitoral, inexistência de campanha eleitoral e relações de parentesco próxima entre as candidatas (duas irmãs que moram na mesma residência).
Em contato com o blog WILLIAM ROBSON, o vereador Naldo Feitosa disse que tomou conhecimento da decisão pela mídia. “O próximo passo agora é recorrer. Estou tranquilo. Se tem um laranja na história, sou eu. Fizeram a nominata, me colocaram no partido para eu ser esteira deles. Ainda não sei de maiores detalhes. Vou procurar saber para entrar em campo”, respondeu.
O vereador Lamarque Oliveira, por sua vez, também se manifestou, em entrevista ao blog WILLIAM ROBSON. “Tivemos oito candidatas, uma foi indeferida e cinco são dadas como laranjas por conta da baixa votação. Mas, temos todas as provas de que elas foram candidatas, foram às ruas… Mas, em relação à quantidade de votos, não compete a nós”, explicou. “Acaba sendo uma perseguição às mulheres. Por que não falam dos homens que tiram poucos votos?”.
O vereador ressaltou ainda as candidaturas de Marrom Lanches (DC), Tony Cabelos (PP) e Aline Couto (PSDB), que seriam parte interessada neste processo. “Todos eles tiveram candidatos, homens e mulheres, com poucos votos. Mas, por que só com as mulheres?”, indaga Lamarque, que considera que estes três candidatos fazem uma “aventura judicial”. “Eles entraram com cinco partidos para atingir oito candidatos eleitos. Atingiram mulheres, que agora estão constrangidas. Usaram até imagem das crianças delas no processo. Algo desumano”.
Lamarque aguarda a notificação da Justiça. “Os repórteres acabam sabendo antes dos candidatos. Mas, nós estamos tranquilo, sabendo que este tipo de situação causa uma instabilidade eleitoral muito grande. Acho que daqui a dois dias seremos notificados e já estamos com o recurso pronto”, adiantou.
A juíza anulou todos os votos do PSC e a cassação dos mandatos de Naldo Feitosa Lamarque Oliveira abrindo espaço para a recontagem dos votos possibilitando as posses dos suplentes Marrom Lanches (DC) e Tony Cabelos (PP).