STF

Agora contra restrições a Bolsonaro, Luiz Fux proibiu Lula de dar entrevistas em 2018

Em setembro daquele ano, em meio à campanha presidencial e com Lula ainda preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Luiz Fux suspendeu uma autorização dada por seu colega Ricardo Lewandowski que permitia ao jornal Folha de S.Paulo entrevistar o então ex-presidente
22 de julho de 2025
Marcelo Camargo / Agência Brasil
WhatsApp-Image-2025-07-22-at-11.38.54-e1753195672225-1536x864.jpeg
Festa_do_Bode_1180x120px

Imagem: Ministro Luiz Fux em conversa com Alexandre de Moraes no plenário do STF

Único ministro da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a votar contra a aplicação de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luiz Fux proibiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de dar entrevistas em 2018.

Em setembro daquele ano, em meio à campanha presidencial e com Lula ainda preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, Luiz Fux suspendeu uma autorização dada por seu colega Ricardo Lewandowski que permitia ao jornal Folha de S.Paulo entrevistar o então ex-presidente.

Fux, que estava no exercício da presidência do STF, atendeu a um pedido do Partido Novo, alegando que a entrevista poderia confundir o eleitorado, já que Lula havia tido a candidatura barrada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com isso, determinou que Lula se abstivesse de dar declarações à imprensa até julgamento definitivo pelo plenário do Supremo — o que, passados quase sete anos, ainda não ocorreu.

A decisão de Fux foi além da suspensão da entrevista. Ele proibiu expressamente que o conteúdo fosse publicado caso já tivesse sido gravado, e ameaçou com responsabilização criminal qualquer veículo que divulgasse eventual material já produzido.

“Determino (…) a proibição da divulgação do seu conteúdo por qualquer forma, sob pena da configuração de crime de desobediência”, escreveu o ministro.

A fundamentação usada por Fux foi o risco de “desinformação” e “confusão” junto ao eleitorado, por conta da proximidade do primeiro turno das eleições. Para ele, a entrevista poderia ser interpretada como ato de campanha — o que Lula, na condição de ficha suja e inelegível, estava judicialmente impedido de realizar.