Eleições 2026

Para Allyson, debate eleitoral não se reduz à lógica entre esquerda e direita

Prefeito defendeu que a próxima eleição estadual será definida entre dois campos: quem deseja a continuidade do modelo de gestão da governadora Fátima Bezerra e quem propõe um novo projeto de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte
2 de julho de 2025
96 FM
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O prefeito de Mossoró rejeitou a classificação de “terceira via” para qualquer possível candidatura ao Governo do Estado em 2026. Para ele, o debate eleitoral não deve ser reduzido à lógica de polarização entre esquerda e direita ou a rótulos genéricos. Em entrevista à 96 FM, e reportagem do jornal Agora RN, o gestor defendeu que a próxima eleição estadual será definida entre dois campos: quem deseja a continuidade do modelo de gestão da governadora Fátima Bezerra e quem propõe um novo projeto de desenvolvimento para o Rio Grande do Norte.

“Eu não acredito nessa divisão entre direita e esquerda como vem sendo colocada. O que vejo é que, em 2026, teremos o grupo que quer continuar com o go-verno que está há oito anos e outro grupo ou candidatura que vai se contrapor frontalmente a esse modelo e apresentar algo diferente”, argumentou. Ele insistiu que a discussão eleitoral só fará sentido quando vier acompanhada de uma proposta concreta para destravar o potencial do Estado. “Nosso estado é rico, tem tudo pa-ra dar certo. Temos sal, gás, petró-leo, energia limpa, turismo, fruti-cultura, minério. Só falta uma ges-tão que funcione”, afirmou.

Durante a entrevista, Allyson também criticou o personalismo na política potiguar. “Nosso estado carece de projeto político. O que temos é projeto de pessoas. A gente precisa inverter essa lógica”, disse. Segundo ele, o centro do debate não pode ser “qual é o seu projeto?”, mas sim “qual é o projeto para o Estado?”. Ele considera que essa mentalidade de candidatura descolada de plano de governo tem sido um entrave ao desenvolvimento do RN.

Sobre sua própria atuação, Allyson rejeitou interpretações de que seria inacessível ou arrogante. “Converso com todo mundo. Recebi mais de 80 prefeitos em Mossoró, metade da bancada federal, deputados estaduais, vereadores. Estou aberto ao diálogo”, garantiu. Também rechaçou a ideia de que adversários políti-cos sejam automaticamente ini-migos: “Tem político que eu dis-cordo de tudo o que ele faz, mas não vou ficar atacando nas redes ou com palavras pejorativas. Isso não ajuda o povo.”

O prefeito citou como exemplo de convivência civilizada o contato com a senadora Zenaide Maia (PSD), a quem reconheceu como parceira da cidade. “Ela tem enviado muitos recursos para Mossoró e é bem rece-bida. Temos uma ligação política, sim.” Também mencionou senador Styvenson Valentim, com quem ainda pretende conversar pessoalmente. “Não te-nho nenhum problema com ele. Não é empecilho para nada.”

Segundo ele, o que vai deter-minar os caminhos de 2026 não será a polarização ou a quan-tidade de candidaturas, mas a clareza sobre quem está dispos-to a apresentar um modelo de gestão que transforme o estado. “Vai ser entre quem quer conti-nuar com o que está aí e quem quer destravar o potencial do Rio Grande do Norte. E o povo vai saber escolher.”