Eleições

A “tarefa” de Lula e Bolsonaro enquanto cabos eleitorais em Mossoró

A disputa entre os dois líderes ganham contornos locais, porém a repercussão destas participações ainda é indefinida. O que se sabe é que Lawrence  Amorim (PSDB) e Genivan Vale (PL) deram suas cartadas

Por William Robson

Lula e Bolsonaro decidem entrar na campanha de Mossoró e colocar na balança o poder de influência sobre os seus eleitores. Deixam claro quem são os seus candidatos e declaram seus votos. A disputa entre os dois líderes ganham contornos locais, porém a repercussão destas participações ainda é indefinida. O que se sabe é que Lawrence  Amorim (PSDB) e Genivan Vale (PL) deram suas cartadas.

Ambos querem contabilizar a popularidade que os padrinhos mais famosos desempenharam na cidade em 2022. Lula foi o candidato mais votado para a Presidência da República com 95.281 votos, o equivalente a 63,31% do total. Já Jair Bolsonaro teve 36,69% dos eleitores e recebeu 55.207 votos. Genivan e Lawrence fazem o cálculo de como esta performance pode ajudá-los.

Se há uma rivalidade a nível nacional, em Mossoró a relação é  chamada de “bolsopetista”. Lula e Bolsonaro se misturam na campanha local, a partir de algumas manifestações inusitadas, como o “collab” de Nayara Gadêlha (PL), vice de Genivan Vale (PL), e Carmem Júlia (MDB), vice de Lawrence Amorim (PSDB), no Instagram na última sexta-feira (6), um dia depois do debate da TCM. As duas “adversárias” cumpriam agendas juntas.

Mesmo assim, ambas as campanhas esperam trazer para si o peso dos presidentes. O primeiro a se manifestar foi Bolsonaro, que abriu a campanha de Genivan no dia 16 de agosto e prometeu voltar. O candidato mossoroense do PL “desceu” a avenida Presidente Dutra ao lado do seus maiores cabos eleitorais: o ex-presidente, o senador Rogério Marinho, os deputados General Girão, Sargento Gonçalves, Coronel Azevedo e a ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP).

Marinho chegou a postar nas redes sociais: “Estamos fortalecendo as bases para um futuro de liberdade, emprego, segurança e prosperidade. Vamos com o presidente Bolsonaro rumo à vitória”, referindo-se ao encontro com Genivan.

Lula, por sua vez, já aparece no horário eleitoral de Lawrence Amorim. O presidente gravou vídeo, declarando voto e afirmando que “a gente sabe que ninguém governa sozinho”. Lawrence, por sua vez, nunca foi de esquerda e jamais cogitou fazer a afirmação constrangedora que fez no debate da TCM, quando se colocou como o candidato da governadora Fátima Bezerra e do presidente Lula.

Precisou calibrar o discurso e fazer aceno para o campo da esquerda, para o qual nunca teve qualquer ligação. Jogou para debaixo do tapete seu empenho na campanha à reeleição do ex-presidente Bolsonaro em 2022 e a declaração de que os governos petistas humilhavam os prefeitos.

Neste contexto, há uma tarefa que os cabos eleitorais Lula e Bolsonaro têm adiante. Melhorar o desempenho de seus candidatos nesta campanha. As sondagens mais recentes colocam Genivan e Lawrence em empate técnico e ligeira vantagem para o primeiro. Correndo por fora, o candidato Victor Hugo (UP), o único representante da esquerda. Ele cresce com adesão de quem não sentiu firmeza na relação de Lawrence com o petismo.

Lula foi acionado para evitar vexame possível. Na última sondagem do instituto Seta/Blog do BG, divulgada na terça-feira (10), Lawrence aparece empatado tecnicamente com Irmã Ceição (PRTB) e Victor Hugo, além de ser o mais rejeitado.

Genivan, por sua vez, assiste a boca do jacaré abrir lentamente a seu favor quando considerado o agregador de todas as pesquisas realizadas em Mossoró e divulgado pelo Blog do Carlos Santos. Na sondagem da Seta/BG, em especial, ele se descola de Lawrence (7% contra 3%),  enquanto o candidato do PSDB/PT se aproxima dos últimos colocados (Ceição com 1% e Hugo com 0,5%).

Bolsonaro promete voltar no final da campanha de Genivan. Quer dar fôlego a mais ao seu apadrinhado, a pedido do senador Rogério Marinho (PL). Lawrence aguarda que o pedido de Lula no horário eleitoral surta efeito.