Para onde Rosalba vai caminhar
Ela pediu mais tempo para avaliar entre Genivan Vale (PL) e o presidente da Câmara Municipal, Lawrence Amorim (PSDB). Há razões para os sinos da ex-prefeita dobrarem tanto
Por William Robson
Rosalba Ciarlini (PP) prefere não dizer nada, mas há sinais. A ex-prefeita ainda não se decidiu publicamente que candidato apoiar para as próximas eleições em Mossoró. A expectativa para esta sexta-feira, 2, ficou para domingo, 4. Pediu mais tempo para avaliar entre Genivan Vale (PL) e o presidente da Câmara Municipal, Lawrence Amorim (PSDB).
Há razões para os sinos da ex-prefeita dobrarem tanto. Há negociações avançadas com o grupo liderado pelo senador Rogério Marinho (PL), tão fortes que muitos apostariam todas as fichas neste acordo. Isso porque alguns sinais rosalbistas já foram dados previamente, como a participação do Avante, do empresário Jorge do Rosário, no agrupamento do PL e até mesmo a indicação da dentista Nayara Gadelha para compor a chapa de Genivan. Ambos os nomes são rosalbistas, o primeiro chegou a integrar a chapa de Rosalba nas últimas eleições, o segundo foi vice-prefeita.
O empecilho estaria na negociação de uma emissora de rádio ligada ao rosalbismo, a RPC. A rádio enfrenta dificuldades para existir e uma proposta de compra e venda pode dar um respiro para a ex-prefeita, que se livraria de um passivo, ao mesmo tempo que Marinho fortaleceria seu projeto, ao transpor a rádio do dial AM para FM com possibilidade de integrar franquia nacional.
Rosalba aguarda dar a resposta definitiva. Sabe que barganhar pode valorizar a proposta que interessa muito aos bolsonaristas.
Por outro lado, Rosalba tem Lawrence Amorim, ungido pela governadora Fátima Bezerra (PT), cuja condução da campanha está sob a batuta da deputada estadual Isolda Dantas (PT). Rosalba, a rigor, mantém proximidade velada com a governadora, desde que resolveu apoiar sua reeleição aos 45 minutos do segundo tempo. Negociações diretas com o Governo podem garantir um apoio ao presidente da Câmara — que divide a segunda posição com Genivan na última pesquisa Exatus, com 3,7%. Ou seja, a ex-prefeita poderia acomodar aliados, mas continuaria a carregar seu maior fardo, a manutenção de uma rádio insolvente.
Embora neste pêndulo, Rosalba não tem como entregar a maior mercadoria a ser negociada. Seu capital eleitoral é desidratado, muitos rosalbistas estão dispersos, outros desertaram. Não mais existe o rosalbismo imponente que perdurou por anos em Mossoró. Os tempos mudaram em seu desfavor e agora, ao que parece, a ex-prefeita vai buscar resolver suas próprias adversidades.