Bate-boca

O que Coronel Azevedo “faz e esconde”, segundo Isolda, e que seus colegas sabem

Não são raras as discussões na Assembleia Legislativa desbancarem para bate-bocas que nada têm a ver com os temas importantes

Por William Robson

Não são raras as discussões na Assembleia Legislativa desbancarem para bate-bocas que nada têm a ver com os temas importantes. Geralmente, as falas se voltam a ataques mútuos e provocações. Foi o que ocorreu mais uma vez durante os debates sobre a alíquota modal de 20% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na Comissão de Finanças e Fiscalização  entre os deputados Coronel Azevedo (PL) e Isolda Dantas (PT), nesta quinta-feira (23).

Ambos não se entendem por questões ideológicas e pessoais. Azevedo tem aversão à Isolda e, sempre que pode, destila seu sentimento em suas falas e ataques. Desta vez, insinuou que a deputado Isolda Dantas fumasse maconha. Antes atingiu o seu partido, o que levou a deputada a reagir. “A senhora está nervosa, acho que a  senhora consumiu muita fumaça”, disse Azevedo.

Em momento de envergonhar estudantes da quinta série, Azevedo tentou associar a sua fala da fumaça às queimadas no Brasil. “A senhora está desequilibrada. Deve estar consumindo muita fumaça”, reforçou.

Na oportunidade que teve de responder, Isolda falou: “Eu não fumo maconha, deputado, não consumo fumaça e tenho tranquilidade em fazer isso”.  E acrescentou, apontando para defesas que o seu partido observa e que estariam contemplando Azevedo. “Quem deve ter alguma coisa a esconder deve ser o senhor, não eu. Inclusive, muitas bandeiras do PT que o senhor faz e tem vergonha”.

A fala gerou desconforto geral na comissão. O deputado José Dias, antes jogando gasolina na fogueira, tentou interferir. “A senhora está exagerando. Eu concordo que ele foi irônico, mas ele não agrediu a senhora deste jeito”, retrucou. Que jeito? Ficou tudo subentendido.

O que Coronel Azevedo esconde e seus colegas sabem, mas evitam dizer?