Manifestação

Em protesto, familiares e amigos querem saber: quem matou Luan Barreto?

Estudante da Ufersa de 23 anos foi executado com um tiro na cabeça na noite de 1 de julho. Polícia investiga suspeita de que tiro tenha partido de arma de policiais

Por Esdras Marchezan, da Agência HiperLAB/UERN

Passados dez dias da morte do estudante universitário, Luan Carlos Melo Barreto, de 23 anos, familiares e amigos continuam querendo uma resposta: quem matou Luan? Cobrando a identificação e punição dos responsáveis pelo crime, eles fizeram um protesto, na tarde deste domingo, em frente ao Teatro Municipal Dix-Huit Rosado e em ruas do centro da cidade.

Imagem de Luan, jovem de 23 anos morto com um tiro na cabeça

Luan foi morto com um tiro na cabeça, na avenida Lauro Monte Filho, quando se dirigia, em sua moto, até o trabalho da namorada, na empresa AeC, nos Pereiros. No meio do caminho ele foi alvejado. Três policiais militares que estavam no local do crime e que levaram Luan até o Hospital Regional Tarcísio Maia foram afastados das funções e tiveram suas armas apreendidas para investigação.

O delegado Marcos Vinicius dos Santos foi designado pela Delegacia Geral de Polícia Civil (DEGEPOL) para investigar o caso. Diretor da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Natal, ele tem vasta experiência em investigações deste tipo, sendo designado em caráter especial em algumas investigações mais difíceis em municípios potiguares. Ele está em Mossoró desde a última terça-feira (6) investigando o caso e, em entrevista à imprensa, anunciou que até o final desta semana é possível que o inquérito policial seja concluído.

Para familiares e amigos, a cobrança para a solução do caso deve ser constante para que a morte do jovem não fique impune. “Todo mundo pergunta o que aconteceu, mas a gente não sabe dizer. O que sabemos é que mataram um rapaz inocente, trabalhador, que todos os dias batalha por seus sonhos. Acabaram com a vida de uma pessoa inocente. É preciso que haja justiça”, comentou a tia do estudante, Lígia Melo.

O protesto deste domingo (11(, em frente ao Teatro Municipal

Luan Barreto era estudante do curso de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal Rural do Semiárido (UFERSA) e havia completado 23 anos no dia 5 de junho passado. Apaixonado por motos, era só orgulho depois de ter conseguido comprar a sua motocicleta. Foi nela que ele estava, a caminho do trabalhado da namorada, quando foi parado com um tiro na cabeça. Imagens de vídeo feitas na hora do crime se espalharam pela internet e mostram duas viaturas policias ao lado do corpo dele. No hospital, Luan ainda foi submetido a uma cirurgia na cabeça, mas morreu às 4h20m do dia 2 de julho.

O caso está sendo investigado em dois inquéritos. Um na Polícia Civil, com o delegado Marcos Vinicius, e outro — um Inquérito Policial Militar (IPM) — , no Comando da PM. Os dois tem 30 dias de prazo para conclusão.