Reeleição: A difícil situação de Jean-Paul Prates
Para viabilizar o seu nome em busca da reeleição no ano que vem, desafio difícil diante das últimas sondagens apresentadas, Jean precisa fortemente da preferência real e da unção da governadora
Por William Robson
O senador Jean Paul Prates entrou em campo. Na verdade, a governadora Fátima Bezerra o colocou debaixo do braço. Para viabilizar o seu nome em busca da reeleição no ano que vem, desafio difícil diante das últimas sondagens apresentadas, Jean precisa fortemente da preferência real e da unção da governadora e de sair pelo Estado para se apresentar como tal.
Na pesquisa Consult, divulgada em maio, Jean está com intenções de voto pífia. Não chega a 4%, enquanto o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo corre por fora com seus 40%. Carlos tenta se aproximar de Fátima, acreditando que seu apoio pode fortalecê-la eleitoralmente na capital. Em contrapartida, Alves teria respaldo semelhante no interior. Porém, nada disso está efetivamente consolidado.
O senador, por sua vez, afirmou em entrevista ao Foro de Moscow no início de julho, que é candidato à reeleição. Sua declaração repercutiu em todo o Estado, ante à descrença de muitos diante de seu desempenho nas pesquisas até aqui. Inclusive, Prates chegou a afirmar que existe a intenção de adversários em “escondê-lo” ou de fazê-lo desconhecido. O seu desafio é mostrar que não, trabalho já iniciado.
No mesmo dia em que concedeu a entrevista, cumpriu agenda pelo interior do RN. Quer apontar e destacar suas ações, sobretudo, em Mossoró. Por isso, as visitas começaram pela maior cidade do interior (como na imagem principal ao lado da governadora e da deputada estadual Isolda Dantas), bem como em municípios vizinhos, como Serra do Mel e Assu. O jornalista Bruno Barreto chegou a publicar que a governadora Fátima Bezerra tem a intenção de afinar estratégias em prol de Prates.
A missão é difícil, é verdade, mas há elementos favoráveis que podem garantir o êxito de Prates. Primeiro, pelo seu perfil presente e respeitado no Senado. Depois, pela força que Fátima pretende agregar em sua campanha no ano que vem. E, por conta da dissolvição do bolsonarismo, o ex-presidente Lula pode surgir como onda eleitoral que se espraiará sobre o seus candidatos.
Tais perspectivas podem viabilizá-lo. Prates disse que gostaria de complementar seu trabalho no RN com mandato adicional. Afirmou também que não depende financeiramente da política, o que o deixaria em situação mais confortável.
“Eu gostaria de ser reconduzido ao Senado por méritos e métricas próprias, mas eu estou à disposição do partido. Se nenhum cenário na política me agradar, eu não tenho problema em ficar fora dela e ajudar os governos. Ajudar Lula e Fátima como eu puder. Não estou preocupado necessariamente com isso. Eu quero trazer alguma contribuição. Se eu não tiver contribuição a fazer, ou for atrapalhar, eu prefiro ficar de fora”, disse mês passado. Jean reconhece que a situação é muito difícil. As próximas pesquisas podem dar a dimensão mais clara sobre estes seus primeiros movimentos.