Os termos de Carlos Eduardo para um rompimento iminente
O ex-prefeito escolheu as palavras certas para provocar o choque
Por William Robson
Se rememorarmos episódios recentes envolvendo o ex-prefeito Carlos Eduardo (PSD) e o prefeito de Natal, Álvaro Dias, é possível compreender o contexto da última declaração do primeiro à imprensa. Carlos se apresenta como candidato à sucessão em Natal, fincou o pé. Suas declarações apontam para isso e reforçam o desapontamento diante da parceria com a governadora Fátima Bezerra, de quem foi candidato ao Senado.
Carlos não foi reconhecido pelo seu empenho na eleição anterior, embora não tenha sido eleito por fatores que levam à outra discussão. Assim, vê no pleito do ano que vem a possibilidade de se abrir para novas alianças.
No rádio, o ex-prefeito escolheu os termos para demonstrar a sua insatisfação. Mais ainda, para apontar o desapontamento e desarmonia com seu partido ainda aliado. ““Se amanhã eu decidir ser candidato a prefeito e se o PT já tiver candidato formalizar essa candidatura, enfrentaremos o PT. Respeitaremos, mas vamos derrotá-los nas urnas”, afirmou à 98 FM.
A frase causou impacto. Carlos não está mais vendo o PT como parceiro. Sua nova hipótese coloca o Partido dos Trabalhadores em patamar adversário, dado que em qualquer combinação possível, Carlos Eduardo jamais seria o nome predileto de Fátima para a sucessão de Álvaro. E ele sabe disso.
O ex-prefeito escolheu as palavras certas para provocar o choque. Não foi uma declaração condicionante à manutenção da aliança, como se quisesse buscar soluções em torno de sua pretensão. Sua hipótese sugere duas constatações: o rompimento iminente com a governadora ou a barganha para atrair o PT a apoiá-lo.
Carlos tem um trunfo forte para defender sua candidatura. É o líder das pesquisas até aqui e até o atual prefeito já sinalizou inclinação a ele.