Decreto mais rigoroso

Os pontos preocupantes do Governo que levarão às novas medidas restritivas

Fátima tende a acompanhar as demandas as quais buscam os secretários? Esta é um questionamento que só se saberá na edição do decreto nesta sexta-feira (5). Veja os pontos defendidos por ela, seguindo reivindicações dos secretários de Saúde

Por William Robson

Os secretários de Saúde dos Estados brasileiros listaram as medidas que precisam ser implantadas para conter o avanço de casos e mortes por Covid. Sabem que o país está em situação de pré-colapso ante a inépcia do presidente que debocha da situação e pede para que os brasileiros parem o mi mi mi. Como já relatado em textos anteriores, o RN está em situação preocupante. Mossoró vive situação de pré-colapso, quadro amenizados com a reabertura de leitos de UTIs Covid iniciados esta semana.

Nesta sexta-feira, será aguardada a publicação de decreto mais rígido por parte da governadora Fátima Bezerra. Sobre isso, falou em primeira mão para o Foro de Moscow. As medidas que poderão ser anunciadas passam pela ampliação da faixa de horário do toque de recolher e suspensão de algumas atividades não essenciais.

O que a governadora anunciou, de antemão, sem aprofundar nos detalhes do decreto a qual editará, coaduna com as solicitações dos secretários. Na carta divulgada pelo Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a adoção de medidas mais rígidas dos estados e do governo federal em relação à pandemia é a principal reivindicação.

O secretário de Saúde do RN, Cipriano Maia

Os secretários consideram o quadro da pandemia no Brasil  como “o pior momento da crise sanitária provocada pela covid-19”. Por sua vez, o secretário de Saúde Pública do Rio Grande do Norte, Cipriano Maia, em entrevista ao Bom Dia RN nesta quinta-feira (4) confirmou o decreto mais rigoroso que tenderá a restringir também a circulação de pessoas, não detalhou quais medidas serão tomadas. ” Vivemos um momento trágico, no qual estamos vendo cada dia mais o sistema de saúde superlotado, saturado, em muitas regiões, em muitos estados do país, e aqui não seria diferente”, disse.

Não há outra saída, que não pelo endurecimento das medidas. Foi com a implementação de quarentena rigorosa que levou Portugal, em colapso durante a segunda onda da pandemia, a ostentar agora uma das taxas de contaminação mais baixas da Europa. Tal exemplo precisa ser replicado. Os Estados pressionam o Governo Federal neste sentido.

Nesta linha, Cipriano acrescenta pontos no decreto anunciado por Fátima: “Deverá sair um novo decreto ampliando as restrições. O limite está sendo discutido ainda para exatamente diminuir a circulação de pessoas e aumentar a fiscalização. Tem questões críticas que precisamos atacar, como o transporte público lotado”.

Fátima tende a acompanhar as demandas as quais buscam os secretários? Esta é um questionamento que só se saberá na edição do decreto. Outros Estados e cidades já endurecem com toques de recolher e restrições de circulação em alguns horários, fechamento do comércio de atividades não essenciais e proibição de acesso a parques e praias.

Esta semana, no fórum dos governadores, o tema se voltou às medidas. E em atenção especial ao Conass, destacado pela governadora na entrevista à Agência Moscow. A carta dos secretários listam uma série de medidas para reduzir a velocidade de transmissão do novo coronavírus. Entre elas está o toque de recolher a partir das 20h, medidas para reduzir a superlotação dos ônibus e o aumento do número de testes.

Portanto, estes são os principais pontos que podem estar no decreto da governadora, com base na carta lançada pelos secretários: A suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país; O toque de recolher nacional a partir das 20h até as 6h da manhã e durante os finais de semana; O fechamento das praias e bares; A adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; A instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; A adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos; A ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

Nesta quinta-feira (4), a taxa de ocupação de leitos críticos no RN era de 93,5%. Na região Oeste, a mais crítica do estado, a taxa é de 98,8%, ou seja, em situação de pré-colapso.