Educação

O que realmente Mossoró tem aplicado em educação?

Trata-se de projeto ousado em andamento que incide em pontos nevrálgicos

Por William Robson

Quando o prefeito Allyson Bezerra reuniu representantes de escolas, pais de alunos e estudantes no ginásio municipal em novembro do ano passado, buscou apresentar uma constatação. A rede municipal necessitava, urgentemente, de um upgrade, injeção necessária de recursos e melhorias que contemplassem as quase cem escolas mossoroenses.

Foi o ponto de partida.  Com este mapeamento, o gestor esmiuçou sua estratégia que veio através da implantação do projeto batizado de “Mossoró Cidade Educação”. Trata-se, segundo a secretária Hubeônia Alencar, de um macro-programa de impacto na “infraestrutura das escolas e Unidades de Educação Infantil (UEIs), alcançando novas tecnologias, transporte escolar,  formação/capacitação dos profissionais, da valorização do servidor e garantia da merenda escolar das crianças”.

Os kits escolares distribuídos aos alunos do Manoel Assis

Trata-se de um projeto ousado que incide em pontos nevrálgicos, exigindo aporte de recursos que sobrepõem qualquer investimento já feito na cidade. Ou seja, o plano é amplo.

Por exemplo, o programa contempla instalação de centrais de ar em todas as salas de aulas de todas as unidades de ensino da rede municipal. No entanto, esbarra na estrutura das escolas que precisam de adaptação elétrica para receber as mais de 2,2 mil centrais de ar adquiridas para as unidades. Tais percalços estão dentro do cronograma previsto, que ainda inclui aquisição e distribuição de computadores, eletrodomésticos, carteiras e móveis novos.

Segundo levantamento da própria prefeitura, em 2012, o valor aplicado em educação foi de pouco mais de R$ 62 milhões. Para executar o Mossoró Cidade Educação, dez anos depois, o montante saltou para R$ 147.418.885,77 — aumento de 137,54%.  Em novembro, parte do que foi adquirido para as escolas, através destes recursos, foi apresentado no evento de lançamento no ginásio.

A secretária Hubeônia Alencar, que explicou o projeto Mossoró Cidade Educação

Assim, as aulas foram retomadas este ano com alunos e professores se surpreendendo com a chegada dos equipamentos apresentados no lançamento do programa. As entregas estão em andamento.

A oposição se mobilizou, em parte, a neutralizar a dimensão dos benefícios. Enquanto isso, novas carteiras, equipamentos de cozinha e mobiliário eram descarregados de caminhões em várias escolas. A Unidade de Educação Infantil Rosalba Monteiro Ciarlini, no Redenção, por exemplo, não recebia qualquer benfeitoria há mais de sete anos. “Nosso bebedouro era essa garrafa térmica”, disse a servidora Lígia Nayane.

O blog WILLIAM ROBSON teve acesso ao aporte do programa, que vai além dos quase R$ 150 milhões. Isso porque não está incluído o orçamento geral referente à Secretaria Municipal de Educação, no ano de 2022, cujo valor supera os R$ 206 milhões, incluindo recursos próprios e do Governo Federal. “Neste último, foram investidos R$ 14 milhões a mais do que estava previsto no orçamento da Prefeitura de Mossoró para 2022”, explicou a secretária Hubeônia, ao ressaltar a amplitude dos investimentos na área.

O prefeito, por sua vez, passou a semana em Brasília e chegou na quinta-feira (9). No dia seguinte, participou de entregas de kits com lápis de cor, cola, borracha, apontador, caderno, canetas e outros materiais e fardamentos para os alunos da escola Manoel Assis, pela manhã, José Benjamim e Raimundo Fernandes, à tarde.

“Acho muito importante, porque muitos deles não têm condições de comprar esse material e é uma contribuição muito importante e também a valorização de pensar na educação das crianças de um modo integral, com a sala de aula mais agradável”, ressaltou a professora Gorete Medeiros. É por aí, trata-se de um projeto vasto que segue em andamento, com vários gargalos a enfrentar.