O que mais preocupa Fátima em 2024
Ela concedeu a primeira entrevista exclusiva do ano para a jornalista Daniela Freire em que fala dos desafios, sem esquecer também da derrota que ainda lateja em seu Governo
Por William Robson
A governadora Fátima Bezerra inicia 2024 juntando os cacos e pensando no que fazer com eles. Concedeu a primeira entrevista exclusiva do ano para a jornalista Daniela Freire em que falou dos desafios, sem esquecer também da derrota que ainda lateja em seu Governo. A queda de 2% na alíquota do ICMS, ao impor perda do equivalente a uma folha salarial, não é página virada. Fátima se ressente da atitude dos deputados, que “na ânsia de impor uma derrota ao Governo, acabou por penalizar o Estado”.
“O fato concreto é que com esta decisão, o Rio Grande do Norte será um dos poucos estados a reduzir a alíquota em todo o país, resultando em projeções de perdas financeiras consideráveis para o próximo ano não só para o Estado, mas também para os municípios”, afirmou a governadora.
No entanto, mais que a arrecadação menor, há outras preocupações. Para a jornalista Daniela Freire, a governadora as elencou o que considerou setores estratégicos. Quer focar naquilo que tem sido o maior montante de reclamações da população: a situação das estradas e a falta de água. Em Mossoró, por exemplo, não é nada incomum as torneiras sequer pingarem.
Para isso, ela acredita em Parceria Público Privada: “A Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern) já assinou o contrato com o BNDES para iniciarmos as tratativas da PPP, sem abrir mão do controle majoritário do Estado, ou seja, a Caern continuará uma empresa pública. A PPP que vai movimentar mais de 3 bilhões e esperamos que o leilão seja realizado no próximo ano para que possamos cumprir as metas do saneamento básico”, explicou.
Outra preocupação (na verdade, não é bem uma preocupação) trata-se das energias renováveis. Fátima pretende ampliar os investimentos nesta área. Segundo ela, “na eólica temos mais de 30 bilhões investidos e em energia solar foram investidos nos últimos dois anos no RN mais de 1,4 bilhão, o que ultrapassa centenas de milhões a mais desde 2019, conforme levantamento do Observatório da Energia Solar”.
Por fim, ela quer deixar uma marca na área de educação, através dos IERNs, modelo pensado nos moldes dos IFs, o que exige alto investimento intelectual e de estrutura. E com a queda da arrecadação, este projeto pode ser um dos seus maiores desafios de concretização.