O que dizer do MCJ de Allyson?
A expectativa em torno do evento foi mil vezes ampliada, em razão da ansiedade pelas grandes festas. E aí estava o maior desafio: fazer o Cidade Junina grande
Por William Robson
Após o período de pandemia e a realização de um evento junino remoto, 2022 é o teste de fogo para o prefeito Allyson Bezerra quanto à realização do Mossoró Cidade Junina. A expectativa em torno do evento foi mil vezes ampliada, em razão da ansiedade pelas grandes festas. E aí estava o maior desafio: fazer o Cidade Junina grande.
Quando a programação foi anunciada em abril, os comentários foram elogiosos. Diversidade de ritmos e atrações dentro do campo típico para as festas juninas. Mas, claro que outros nomes foram cogitados como atrações principais. Até o de Alok foi ressaltado, embora a reação não tenha sido a esperada considerando o tamanho do sucesso que o DJ carrega.
Praticamente, as semanas que se sucederam foi de preparativos, movendo todas as secretarias e estrutura da gestão para que pensasse na retomada do MCJ com diferencial que marcasse a nova gestão. Dois elementos foram importantes: a organização e a segurança.
As pretensões foram ousadas. Reformar em tempo recorde os principais equipamentos da avenida Rio Branco, palco dos eventos. A dúvida pairava no ar: será que vai dar tempo? A pergunta ecoava em todos os lugares. Necessitava que a Praça de Convivência, o Memorial da Resistência, a parte externa do Teatro Municipal e o novo piso intertravado estivesse pronto a tempo do Pingo da Mei Dia.
O relógio corria, o prazo se aproximava e muitos observavam as obras com ceticismo. Porém, o trabalho foi entregue. O novo piso passou por teste de fogo (ou de água!) no dia da inauguração. O sistema de drenagem funcionou conforme o combinado. Em conversa com o blog, Weber Siqueira, engneheiro da WSC, que instalou o piso, disse que as precipitações foram importantes para compreender o nível de vazão do escoamento na estrutura que foi montada.
O Pingo ocorreu com o sucesso que jamais se viu. Não é apenas retórica. Foram 200 mil pessoas que passaram pelo Corredor Cultural. A Polícia Militar estimou um pico recorde de 150 mil, ao mesmo tempo. Nenhum incidente ocorreu e a estrutura de saúde montada no local registrou casos isolados de ferimentos por cortes de garrafas de vidro ou de pessoas que se excederam na animação.
O MCJ de Allyson, que termina neste sábado (25), foi marcado pela organização e pelo cuidado nos detalhes. Do palco de led, só visto em grandes festivais, à padronização das barracas na Estação das Artes, retirando o aspecto desorganizado antes tomado por estruturas improvisadas.
O prefeito sentiu os efeitos da organização. Não perdeu um dia sequer das movimentações do MCJ, sempre cumprimentando os presentes e tietado pelas pessoas. Foi outro teste: o de popularidade. O Ministério Público tentou, em duas ocasiões, movido por reações de contrários, unir-se a estes. Na primeira, ameaçando suspender duas das principais atrações da festa, após dois meses do anúncio delas. Na segunda, na tentativa de esconder o prefeito, recomendando que ele evitasse discursar no palco.
A oposição ao prefeito, mesmo assim, não conseguiu avançar muito nas críticas. Mesmo com estes arroubos, o MCJ ocorreu como planejado, considerando o nível alto das atrações, a organização (a começar pelas oito entradas fiscalizadas no entorno do Pingo), o atendimento médico no local, o piso que ofereceu maior conforto aos espectadores, a qualidade do som (elogiada pelos músicos) e a organização dos polos e do Chuva de Bala no País de Mossoró.
Allyson foi submetido ao teste. Nas edições seguintes, terá o desafio de manter o mesmo padrão, impondo ingredientes adicionais a este diferencial. A festa ainda não acabou. Portanto, se você ainda não percebeu tudo isso, corra que o encerramento será amanhã com o Boca da Noite.