O projeto da oposição em derrubar Fátima
O recado partiu do deputado estadual Nelter Queiroz (PSDB). Ele propôs que os deputados se reúnam para avaliar a governabilidade da governadora
Imagem principal: Deputado estadual, Nelter Queiroz (PSDB), na Assembleia (Foto: Eduardo Maia)
Por William Robson
Depois de toda a novela do ICMS, ficou comprovada a falta de articulação política da governadora Fátima Bezerra em garantir uma base de apoio sólida na Assembleia Legislativa. No soar do gongo, a governadora buscou um entendimento, no intuito de manter a alíquota de 20% do imposto. Em vão. Agora, a oposição se empodera e já fala em derrubá-la.
O recado partiu do deputado estadual Nelter Queiroz (PSDB). Ele propôs que os deputados se reúnam para avaliar a governabilidade de Fátima, com consequências que podem desencadear em processo de impeachment. A mesma oposição que reduziu a alíquota do ICMS, inviabilizando os projetos do Governo neste seu segundo mandato (que, na prática, sequer começou), prevê um caos fiscal em decorrência da matéria de aprovou.
Isso porque o empresariado reclamou que o corte de incentivos fiscais, resultante das primeiras medidas de reequilíbrio orçamentário, poderá interromper o crescimento da indústria, além de afetar turismo e até atingir a alta nas tarifas do transporte público. Os adversários de Fátima querem montar o cenário ideal para o impeachment e este panorama se iniciou na discussão do ICMS.
Por mais que considerem que Nélter “fale mais do que homem da cobra”, ele deu pistas do que pode vir. Mas, até a materialização do impeachment, a oposição tem um desafio praticamente impossível. O núcleo duro oposicionista da governadora chega a nove parlamentares. O de Fátima vai no mesmo caminho. Sobrariam entre cinco e seis para a oposição recorrer aos 16 necessários e ainda não seriam suficientes. Os adversários teriam que convencer parte da bancada da governadora a entrar nesta aventura.