O dia seguinte no Congresso: veja como foi a reação dos parlamentares do RN
Os candidatos do bolsonarismo conseguiram desmontar uma tal frente ampla que atraiu partidos de esquerda e que se implodiu à medida que o horário da votação se aproximava. Veja a repercussão entre os parlamentares do Estado
Por William Robson
Como se sabe, o candidato preferido para presidir a Câmara dos Deputados era o Arthur Lira (PP-AL). O candidato do bolsonarismo conseguiu 302 votos contra 145 do seu principal oponente, o Baleia Rossi, nesta segunda-feira (1). Ao mesmo, tempo conseguiu desmontar uma tal frente ampla que atraiu partidos de esquerda e que se implodiu à medida que o horário da votação se aproximava. A frente implodida também atirou estilhaços no então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que esperava fazer de Rossi o seu sucessor. Maia chorou e, derrotado, também saiu do seu partido alegando traição aos 45 minutos do segundo tempo.
Lira falou em conciliação na Casa. No entanto, para seguir a cartilha do seu maior apoiador, tem de minar os adversários. Logo ao assumir, não perdeu tempo. Passou o trator por cima do Partido dos Trabalhadores, rebaixando do terceiro posto mais importante, a primeira-secretaria, para o último, a quarta-secretaria. PSDB e Rede também não foram poupados e perderam os postos a que teriam direito (segunda e quarta secretarias). Mesmo considerando a parte dissidente do PSDB.
Sem tempo para que o deputado federal diplomado, Fernando Mineiro, pudesse dar o seu voto no Baleia, Beto encorpou o caldo da maioria, ao lado General Girão (PSL), Carla Dickson (PROS), Benes Leocádio (PSC) e João Maia (PL). Rafael Motta (PSB) e Walter Alves (MDB) votaram no Rossi, enquanto Natália Bonavides (PT) se recusou a participar do bloco do seu partido, optando por Luiza Erundina (PSOL-SP).
No day after, os parlamentares potiguares em suas contas no Twitter comentaram a repercussão após a eleição do Arthur Lira. General Girão ironizou o choro do deputado Rodrigo Maia, por neutralizar a agenda do presidente Jair Bolsonaro. !” O choro de Rodrigo Maia! Em 2 anos, quem chorou foram os brasileiros, ao ver o presidente eleito @jairmessiasbolsonaro propor medidas de avanço do país e ser boicotado pela péssima condução da casa. Esse choro, convenceu você? #ForaMaia“, afirmou o deputado.
O Choro de Rodrigo Maia!
Em 2 anos, quem chorou foram os brasileiros, ao ver o presidente eleito @jairmessiasbolsonaro propor medidas de avanço do país e ser boicotado pela péssima condução da casa.
Esse choro, convenceu você?#ForaMaia pic.twitter.com/H2N6GBt7Pe— 🇧🇷🇧🇷🇧🇷General Girão Monteiro (@GeneralGirao) February 2, 2021
Natália Bonavides, por sua vez, reforçou a necessidade do seu partido não aderir a projetos de frente ampla. Sobretudo a fragilidade da coalizão demonstrada a poucos instantes do início da votação. “A saída do DEM do bloco “contra Bolsonaro” (e a ameaça do PSDB) confirma que a esquerda deveria ter construído outro caminho”, afirmou, acrescentando que é preciso fortalecer uma tática antibolsonarista. “Como fica evidente, para derrotar Bolsonaro é preciso uma tática de combate, e não de aliança com a direita, pois sempre se unem contra nós”.
A saída do DEM do bloco "contra Bolsonaro" (e a ameaça do PSDB) confirma que a esquerda deveria ter construído outro caminho. Como fica evidente, para derrotar Bolsonaro é preciso uma tática de combate, e não de aliança com a direita, pois sempre se unem contra nós.
— Natália Bonavides (@natbonavides) February 1, 2021
Na mesma linha, está o deputado Rafael Mota. Eleitor do Baleia Rossi, ele teme que a Câmara se renda aos interesses do Planalto, gerando servilismo à lógica do bolsonarismo. “Precisamos de uma Câmara independente, que paute votações exclusivamente de acordo com o interesse social e não por orientação do Planalto”, afirmou. E teme o que virá: “O quadro político que se formou deixa claro quais são as nossas possibilidades de futuro”.

Embora Beto Rosado tenha votado no Lira, não comentou o resultado em suas redes sociais. Em clima de limpeza de gavetas, cumpriu um dos seus últimos atos na Câmara até dar lugar a Mineiro, cadeira de quem estava ocupando há dois anos.
Benes Leocádio não tem conta no Twitter.
Já o deputado Walter Alves optou pela diplomacia. “Finalizada a eleição da Mesa Diretora da @camaradeputados , registro que, como já havia anunciado, votei em @Baleia_Rossi (MDB). Parabenizo o novo presidente, deputado @ArthurLira_ (PP)”, escreveu em seu Twitter. E aproveitou para apontar as principais demandas do país. “Desejo que juntos, possamos trabalhar para reduzir as desigualdades sociais, o desemprego gritante e gerar oportunidades para todos os brasileiros. Somo-me aos esforços da nova presidência para fazer do nosso país melhor a cada dia”.

No âmbito do Senado, o senador Jean-Paul Prates (PT) evitou comentar a eleição de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), onde Bolsonaro também saiu vitorioso. Limitou-se a retuitar um post do vencedor em que afirmava: Fui eleito, nesta segunda-feira, o novo presidente do Senado Federal, com 57 votos. Comprometo-me a fazer uma gestão independente e com total respeito à democracia e às instituições públicas. Vamos atuar no trinômio saúde pública, crescimento econômico e desenvolvimento social.”
Zenaide Maia aproveitou para parabenizar o novo presidente da Casa. “Parabéns ao senador Rodrigo Pacheco, @rpsenador, pela eleição como presidente do Senado. Que a condução da Casa seja marcada pela independência, em relação ao governo, e pelo compromisso com o povo. E meus cumprimentos à senadora @SimoneTebetms que, com sua candidatura, enriqueceu a disputa. Que possamos todos trabalhar juntos para melhorar a vida do povo brasileiro!”.
Por outro lado, Styvenson Valentim destacou o seu voto e fez questão de informar para quem o depositou: “Acabo de votar para presidente do #senado. Conforme prometido, abri e mostrei meu voto dado à sen. Simone Tebet. Vamos aguardar o resultado”. Foi voto vencido.