Educação

O destino provável da greve dos professores em Mossoró

Não há mais o que esticar da corda. O tensionamento parece não ganhar novos contornos

Por William Robson

Mais de 40 dias de greve dos professores do Município de Mossoró e o impasse segue. Apesar da série de conversas entre o Sindiserpum, o sindicato da categoria, e a Prefeitura, a paralisação continua e o prejuízo às crianças também. 11 pontos apresentados como pauta das reivindicações foram apresentadas, mas somente um é o que realmente interessa para a classe: o piso salarial.

Não há mais o que esticar da corda. O tensionamento parece não ganhar novos contornos, o que pode deixar que a espada da Justiça tenha que decidir. O assunto já foi levantado publicamente por representantes do Município. O consultor-geral Rodrigo Forte não descartou a possibilidade, embora não tenha definido se isso realmente deva acontecer.

O instrumento existe e, em situações como esta, pode ser acionado. Isso porque o impasse baseia-se em antagonismos difíceis  de concordância.  O Município afirma que o piso é pago. Nenhum professor recebe menos que os R$ 4.420,55, ao contrário do movimento paredista estadual em que o Governo reconhece a existência de mais de dois mil docentes nesta situação.

A rigor, se não há professor recebendo vencimento menor que o piso, há o cumprimento do pagamento.  Para o Sindiserpum, o piso impõe reajuste no Plano de Cargos, Carreira e Salários, gerando assim outra interpretação.

Forte concedeu, então, entrevista à Rádio Difusora. Afirmou que o Ministério Público, provocado pela sociedade, e mesmo o Município podem buscar o caminho em que haja a interferência da Justiça neste caso e, assim, determinar quem está com a razão. “Essa é uma decisão construída coletivamente. Mas dá para adiantar que a situação está rumando para uma judicialização. Inclusive o Ministério Público cedo ou tarde, se não tiver sido acionado pela própria população… Seja pelo município seja pelo Ministério Público o movimento paredista tende a ser judicializado se eles não voltarem atrás”, afirmou.