Nem Reinaldo Azevedo estraga o Pingo e o MCJ
O jornalista Reinaldo Azevedo bem que poderia ser convidado para este momento grandioso. Ele disse, em seu programa, que Mossoró não teria condições de manter grandes festas
Por William Robson
Chegou o momento. O movimento desta sexta-feira em Mossoró se dá diante do que acontecerá neste sábado (4), a abertura oficial do Mossoró Cidade Junina. Quer dizer, a festa começa nesta sexta, com o festival de quadrilhas, mas a expectativa do mossoroense é para o Pingo da Mei Dia e para as diversas atrações que estão por vir.
O jornalista Reinaldo Azevedo bem que poderia ser convidado para este momento grandioso. Ele disse, em seu programa, que Mossoró não teria condições de manter grandes festas, restritas apenas às cidades grandes como São Paulo e o Rio de Janeiro. O seu relato demonstrou o preconceito que, em boa parte, os sudestinos nutrem do Nordeste. Uma visão estereotipada, como se nós vivêssemos em condições tão difíceis, que a diversão fosse um direito apenas daqueles privilegiados da parte sul do país.
Reinaldo Azevedo não conhece Mossoró, sua importância econômica, entre as 50 melhores cidades para se fazer carreira, segundo a revista Exame. Muito provavelmente o tempero de sua comida vem do sal produzido por aqui. E se gostar de melão, decerto, estará mordendo um pedacinho do sabor que sai destas bandas.
A sua visão, recheada de preconceito, não vai abalar a grandeza do Mossoró Cidade Junina. Grandeza que vai além do “lucro do pipoqueiro”, como quis menosprezar. Mais de R$ 30 milhões que passam a circular na cidade no período, beneficiando a todos os setores, da economia à cultura. Uma linha aérea adicional da Azul começa a operar em janeiro. A Azul não foi na conversa de Reinaldo Azevedo. Ninguém foi.
Todos os hotéis e pousadas estão lotados. Cidades próximas, como Areia Branca, se beneficiam também e seus estabelecimentos recebem os turistas remanescentes. O Pingo da Mei Dia é esperado com tanta expectativa que não há um simples cabeleireiro disponível se alguém quiser deixar para dar um trato no visual de última hora.
Para Azevedo, o Rio pode fazer o seu carnaval. São Paulo, a parada LGBT. Mossoró não pode. Ele está desinformado. O MCJ é o nosso “carnaval”. É quando a cidade se orgulha depois de pensar em todos os detalhes. Sobretudo, agora, após dois anos de pandemia…
O Corredor Cultural está lindo. A Praça da Convivência ganhou cores mais fortes. O Teatro Municipal está de revestimento renovado. O Memorial da Resistência voltou a contar a nossa história de luta para quem estiver nos visitando. A Estação das Artes é o grande palco, agora com piso intertravado, oferecendo mais conforto para comerciantes e expectadores.
A seleção musical foi pensada para atender a todos os públicos. Muito elogiada, a boa sacada foi a atração-supresa. A expectativa sobre quem poderia ser atravessou nomes do pop e dance, como Alok, mas atendeu ao “lobby” de fãs do talento de Bartô Galeno, atração mossoroense de nível nacional, representante de primeira grandeza da música brega do país. Fagner estará no mesmo palco, no dia 24, o talento nacional do estado vizinho.
O Mossoró Cidade Junina e o Pingo são nossos orgulhos e não será Reinaldo Azevedo que irá estragar esta festa que promete ser a melhor e mais bem organizadas de todas as suas mais de duas dezenas de edições. Policiais e demais agentes de segurança irão cuidar para que não aja qualquer imprevisto que estrague este momento.
Todos os detalhes foram pensados, as bandeirinhas penduradas, a canjica, o milho assado e a pamonha prepados, e a alegria tomando de conta. O clima em Mossoró é de “só vem, Pingo!”.