Mineiro sobre arrependimento de Carlos Eduardo: “Eu acho bom demais”
Entre os vários temas abordados, a aliança de Fátima com um integrante dos Alves (dissidente,é verdade!) é assunto delicado, diante das objeções encontradas dentro do PT
Por William Robson
“Eu acho bom demais”, afirmou o secretário estadual de Gestão de Projetos e Metas, Fernando Mineiro, quando indagado sobre o arrependimento do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo (PDT) em ter votado em Bolsonaro. Em entrevista a uma rádio da capital, o pedetista declarou: “Eu realmente me arrependo de ter apoiado Bolsonaro. Mas, era a conjuntura política da época, eu e Fátima estávamos competindo pelo mesmo cargo. Em muitas outras eleições eu apoiei Fátima ou ela me apoiou e votou em mim”. Carlos Eduardo está, a cada dia, mais próximo da governadora Fátima Bezerra. É o nome mais provável para ser o pré-candidato ao Senado com o apoio dela.
Mineiro está em Mossoró visitando as obras do Hospital da Mulher. Na noite desta terça-feira (22) concedeu entrevista para o radialista Wellington Morais e o advogado Paulo Linhares para o programa “Boa Noite, Cidade”, da Rádio Difusora. Entre os vários temas abordados, a aliança de Fátima com um integrante dos Alves (dissidente,é verdade!) é assunto delicado, diante das objeções encontradas dentro do PT. Nomes importantes do partido como a da deputada federal Natália Bonavides e do vice-presidente Daniel Valença, por exemplo, são contra este acordo que sacrifica a cadeira do senador Jean-Paul Prates. Mesmo assim, Mineiro respondeu aos questionamentos.
“Gente que se arrependeu em votar em Bolsonaro é muito bom. Estamos fazendo este debate. Sempre fui um político de defender alianças, há muito tempo”, justifica Mineiro e brinca: “Precisamos andar com outras pessoas também. Se eu andasse apenas com quem andava comigo, estaria sozinho com Paulo Linhares”. Mineiro acredita que é na política que se busca conversa até com “aquelas pessoas que não tem o mesmo discurso que o nosso”. Ou seja, o secretário não vê qualquer obstáculo (e, pelo jeito, parece que já não há) para o ingresso de Carlos Eduardo ao grupo.
Mineiro adiantou que, no amadurecimento político, é preciso saber separar estas questões e diferenças, porque não há partido no Brasil com a maioria na sociedade. “Por isso, é preciso conversar”, disse. “Quem quiser ser contra (a chapa com Carlos Eduardo), que seja”.
O secretário reafirmou que é pré-candidato a deputado federal e que irá usar o discurso da usurpação do seu mandado por Beto Rosado (PP), além do projeto de “ajudar o presidente Lula”.