Lute como uma Assistente Social
O 15 de Maio é o Dia do(a) Assistente Social, mas a data também é um chamamento para refletirmos sobre a nossa atuação profissional
Por Janaina Holanda, assistente social e secretária de Desenvolvimento Social e Juventude de Mossoró
Nunca essa frase fez tanto sentido. Nas ruas, no trabalho e até em casa, a vida de homens e mulheres assistente sociais é um constante movimento. Movimento e resistência contra todas as formas de preconceito e injustiça. Afinal de contas, trabalhamos com efetivação de direitos. Um trabalho muitas vezes incompreendido porque parte de nossas ações são subjetivas. O que temos de concreto é que damos voz a quem não tem, acolhemos, encaminhamos, nos dedicamos para que todos tenham seus direitos garantidos e não dependa de ‘favores’ de quem quer que seja.
O 15 de Maio é o Dia do(a) Assistente Social, mas a data também é um chamamento para refletirmos sobre a nossa atuação profissional. Estamos realmente seguindo o que preconiza nosso Projeto Ético Político? Nossas ações combatem ou reproduzem preconceito? Nos reconhecemos como classe trabalhadora?
Se nosso desafio em lutar por uma sociedade mais igualitária, justa e com direito para todos já era gigantesca, imagine agora, num cenário de pandemia que se arrasta por mais de um ano. Estamos assistindo a olho nu o crescimento da miséria que fez ressurgir o fantasma da fome. O alto índice de famílias em insegurança alimentar grave trouxe de volta a busca incessante por cestas básicas. Uma realidade que nós, assistentes sociais, não gostaríamos de constatar, que nos golpeia no estômago, mas que nos obriga a respirar e agir para enfrentar essa dura realidade.
Por isso é importante lutar como uma assistente social. Lutar para que práticas de “caridade” não definam nosso exercício profissional. Se precisamos dar de comer a quem tem fome, vamos entregar sim a complementação alimentar, mas que façamos isso alinhados ao propósito de acompanhamento profissional para que essas famílias consigam superar essa condição de vulnerabilidade.
É assim que estamos pautando nosso trabalho na Secretaria de Desenvolvimento Social e Juventude. Queremos que, em cada equipamento, a população encontre confiança em poder contar com profissionais comprometidos/as em atender suas necessidades sociais. Queremos fortalecer nossos Centros de Referência da Assistência Social- CRAS e vários programas, projetos e serviços para atender a população tão castigada nessa pandemia.
Ampliamos o Serviço Especializado de Abordagem Social- SEAS de três para sete dias por semana e expandimos as rondas para a zona rural para acompanhar mais de perto as necessidades de cada cidadão, de cada cidadã mossoroense. É o intuito da gestão Allyson Bezerra, que todas as pessoas tenham acesso às políticas públicas que funcionem.
Agora, mais do que nunca, o assistente social é profissional indispensável. Afinal de contas, temos um olhar técnico e apurado para decifrar os condicionantes sociais. Como diz minha amiga Elisabete Borgianni, nós, assistentes sociais que temos o desafio de decifrar o complexo dos complexos da vida social.
Que a data de hoje seja lembrada com um misto de paixão pelo que fazemos e indignação por tantas injustiças. Que traga reflexão, resistência e ressignificação de nossa luta diária, reafirmando nosso compromisso ético em lutar por uma sociedade mais igualitária, mais justa e com direito para todos.
Por isso, lute como uma Assistente Social!