As ameaças a Natália Bonavides na reta final das eleições
Sem dúvidas, o caso envolvendo a deputada federal e candidata tem todos os traços de pistolagem. A morte por encomenda. Neste caso, as intencionalidades remontam ao período do coronelismo político
Por William Robson – Agora RN
Ganharam repercussão nacional. As ameaças à candidata do PT à Prefeitura de Natal, Natália Bonavides, não podem ser consideradas como uma simples retórica de algum apaixonado militante adversário. Não se pode pagar para ver. Deve acender o sinal de alerta em um Estado em que a violência política é acentuada e parece cultural. As grandes empresas de mídia noticiaram o episódio desta quinta-feira, 24, em que um homem incitava pessoas a contribuir com uma espécie de vaquinha com a finalidade de executar a candidata petista.
Sem dúvidas, o caso envolvendo a deputada federal e candidata tem todos os traços de pistolagem. A morte por encomenda. Neste caso, as intencionalidades remontam ao período do coronelismo político ou como o próprio Otávio Guedes destaca, “ao curral eleitoral”, em que a bala é usada como forma de intimidação. É uma afronta à democracia, à disputa de ideias e de projetos comunitários.
A polícia informou que as investigações não irão parar com o depoimento daquele que planejava o assassinato da candidata. Nem deve. Mais do que isso. Este homem precisa responder pelas ameaças que fez sob todos os aspectos. Sobretudo, porque o suspeito planejou o crime minuciosamente, como descrito no áudio. Para ele, “aqui é fácil de resolver, pelo menos aqui no Nordeste é fácil de resolver, já falei”.
No caso mais recente, em agosto, o prefeito de João Dias, Marcelo Oliveira (União Brasil) foi assassinado, junto com o seu pai. O caso repercutiu no Estado, mas não foi o primeiro crime envolvendo políticos por aqui.
O RN tem um histórico de pelo menos outros oito assassinatos de prefeitos desde 1954, a maioria em cidades do Oeste potiguar. Ou seja, a cultura da violência histórica do interior precisa ser eliminada e não espraiada para a capital.