Medidas restritivas no RN

A saída de Fátima para evitar decreto mais pesado

O Comitê Científico sugeriu medidas ainda mais restritivas às que estão valendo até esta sexta-feira (16). Mas, Fátima vem enfrentando, por outro lado, forte pressão de setores econômicos

Por William Robson

“Boa noite, pessoal. Passando aqui para dizer a vocês que logo mais será publicado no Diário Oficial do Estado a prorrogação do decreto com as medidas de enfrentamento à pandemia”. Assim a governadora Fátima Bezerra anunciou na noite desta quarta-feira (15) o teor do seu novo decreto a ser renovado. O Comitê Científico, base para as decisões da governadora, sugeriu medidas ainda mais restritivas às que estão valendo até esta sexta-feira (16). Porém, Fátima vem enfrentando, por outro lado, forte pressão de setores econômicos que a impedem tomar decisões neste sentido.

Por esta razão, Fátima tenta um meio-termo. Enquanto os empresários defendem maior flexibilização sob o pretexto de preservar empregos, o comitê observa fatores que envolvem a estrutura do sistema de saúde do Estado. Afinal, qualquer complacência neste momento geraria aglomerações capazes de sobrecarregar a já limitada oferta de UTIs Covid.

O meio-termo portanto foi anunciado ontem. A prorrogação das atuais medidas virá no novo decreto a ser publicado no Diário Oficial do Estado. As medidas mantém, inclusive, o toque de recolher das 20h até às 6h  e o domingo o dia todo, até o dia 23 de abril.

Desta vez, a governadora solicitou aos prefeitos que sejam intensificadas as fiscalizações, como forma de contrapor a necessidade de tornar as medidas mais rígidas ainda. ” Nossa equipe dialogou, como sempre tem feito, com Poderes e setores envolvidos. Como vocês têm acompanhado, nosso Governo não tem medido esforços para dotar o estado das condições de enfrentamento à Covid”, explicou a governadora.

O RN se aproxima dos cinco mil mortos por Covid-19. Nas últimas 24 horas, a Secretaria do Estado da Saúde Pública (SESAP) informou que 21 pessoas morreram. Os números elevados acenderam o sinal de alerta do Comitê Científico e levou a governadora a adotar a prorrogação. “O momento ainda é delicado e precisamos fazer o que estiver ao nosso alcance para salvar vidas”, observou Fátima.

A situação realmente é delicada. E preocupante também, porque a faixa etária dos jovens internados nos hospitais do já é maioria.Os dados publicados no Laboratório de Inovação tecnológica em Saúde (LAIS) mostram que, neste momento, o grupo entre 35 e 39 anos ocupam a maior parte dos leitos. “Precisamos seguir rigorosamente o cumprimento dos protocolos sanitários, o uso da máscara, o distanciamento social, para que em breve possamos virar essa página e contar uma nova história”, pede a governadora