Investigação

A possibilidade de Rosalba depor na CPI da Arena das Dunas

“Não estou dizendo que será. Todo este processo aconteceu na gestão da ex-governadora, mas com certeza, ela pode ser parte”, diz a relatora da CPI, a deputada Isolda Dantas, em entrevista ao Foro

Por William Robson

Quando o estádio Arena das Dunas foi inaugurado em 2014, a governadora era Rosalba Ciarlini. O estádio natalense substituiu o antigo Machadão para servir de sede de jogos da Copa do Mundo. O valor previsto inicialmente estava orçado em R$ 423 milhões. Mas, a conta subiu vertiginosamente e alcançou a casa do bilhão. O Governo do Estado mantém pagamentos que se estendem até hoje envolvendo os custos de construção e de manutenção.

Para explicar a real situação de como a Arena das Dunas foi levantada, uma CPI foi instalada na Assembleia Legislativa. A primeira reunião ocorreu esta semana  com a escolha da relatoria, a cargo da deputada Isolda Dantas. A partir daí, o fluxo investigatório se iniciará, com reuniões semanais ou quinzenais. A da semana que vem, vai definir o calendário da comissão e as oitivas, ou seja, as pessoas que serão convocadas a prestar esclarecimentos sobre a construção do estádio. Terça-feira (13), se saberá quem será chamado, inicialmente, para depor.

“Na terça-feira, já deveremos ter os nomes, porque primeiro precisa ser aprovado pela comissão”, disse a deputada em entrevista ao programa online Foro de Moscow. A investigação pode levar até seis meses, dependendo de detalhes a serem consultados no regimento da Assembleia.

Diante da comissão coordenada por cinco parlamentares que pretendem esmiuçar todos os detalhes da Arena, será que a então governadora da época, Rosalba Ciarlini, será convocada? A rigor, ela teria muitas informações sobre os contratos, execução e aditivos, por exemplo. “Claro que há a possibilidade de ela ser convocada. Não estou dizendo que será. Todo este processo aconteceu na gestão da ex-governadora, mas com certeza, ela pode ser parte para elucidar e vir a contribuir com as investigações”, ressaltou a relatora.

Veja trecho da entrevista da relatora Isolda Dantas, ao Foro de Moscow:

Isolda inclui também a equipe de secretário do então Governo Rosalba. “Porém, tudo isso precisa ser aprovado na comissão. Mas, como relatora, com os poderes que me cabe, posso solicitar que estas pessoas possa contribuir com a investigação”, afirmou. “Dentre eles, Demétrio Torres, que foi secretário da Copa”, emendou o jornalista Bruno Barreto.

Rosalba é adversária política de Isolda, o que poderia configurar oportunidade para desgastar a ex-governadora e ex-prefeita eleitoralmente, já fortemente combalida. No entanto, Isolda descarta envolver este aspecto na CPI. “Não a pouparei, mas não usarei disso como instrumento de fazer política. Se ela tiver responsabilidade, será parte do relatório. Mas, não será pelo fato de ser adversária. Política não se faz ultrapassando o limite da política, não pode colocar ódio e vingança. Pelo contrário, é preciso fazer o que a política lhe permite.Essa CPI estará dentro do limite da lei”, disse.

A CPI pretende, segundo ela, trazer respostas por conta de seu custo elevado. “Por que custou tão caro em um Estado tão pobre, com tanta deficiência?”, questiona a deputada, acrescentando que vai buscar estas resposta. A pergunta que se soma a esta é: qual a dimensão das consequências da CPI para o rosalbismo?