RN sob ataque

A falsa tranquilidade em meio à ansiedade do Governo

Natal e ao menos outras cinco cidades registraram novos  ataques na madrugada desta quarta (15)

Por William Robson

A governadora Fátima Bezerra estava em Brasília quando o RN foi atacado por integrantes de facções criminosas nesta terça-feira (14). Eles pressionavam por regalias nos presídio, segundo o secretário Francisco Araújo. Enquanto ônibus, caminhões e prédios públicos eram incendiados, a governadora buscava providências junto ao Ministério da Justiça. As medidas foram tomadas a tempo.

Algumas dezenas de  homens da Força Nacional desembarcaram na madrugada desta quarta-feira (15). Prisões e apreensões eram noticiadas a todo momento. A Secretaria de Segurança não parava de emitir boletins com a lista de quinquilharias apreendidas. A atitude rápida buscava oferecer para a sociedade a ideia de que o Estado estava, efetivamente, intolerante com o crime. Por outro lado, também passou a ideia de estar ansioso em meio à falsa sensação de segurança diante da gravidade que não cessou.

Natal e ao menos outras cinco cidades registraram novos  ataques na madrugada desta quarta (15).  Segundo dia de terror não anunciado pelo Governo. As informações que desembocavam da governadoria se limitavam à chegada da Força Nacional ao RN e um balanço das ações da PM (listas como esta: 30 suspeitos presos sendo 1 adolescente, 3 foragidos da Justiça recapturados, 1 tornozelado preso com arma de fogo, 1 tornozelado com galão de gasolina e 1 suspeito encaminhado ao hospital).

Com tais informações, o Governo transmitia  espírito de tranquilidade. Por sua vez, a oposição pressionava e tentava tirar proveito da situação, como os vídeos desarticulados do senador Styvenson Valentim. E para demonstrar controle de uma situação apreensiva, determinou a volta ao trabalho de todos os servidores públicos. “Será mantido expediente normal nos órgãos públicos da administração direta e indireta nesta quarta-feira (15)”, diz a nota. No dia anterior, as repartições tiveram de encerrar as atividades ante o medo dos ataques.

O Governo ainda divulgou que, pela madrugada desta terça,  a escola estadual Professora Mariluza Almeida Florentino, em Macaíba, fora alvo de ação criminosa. Itens foram danificados e um boletim de ocorrência feito. A Secretaria de Educação trocou as aulas presenciais por atividades remotas  aos estudantes, mas evitou informar se o ocorrido tinha relação com a onda de ataques. O silenciamento expõe a ansiedade de resolver ou de passar a ideia que o problema foi resolvido.