Pressão

A dura reunião de emergência com Jean-Paul Prates

Há um certo desconforto na gestão de Prates na Petrobras, porém, muito distante de uma possível mudança na presidência da companhia

Por William Robson

O presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, protagonizou um bate-boca com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, há três dias. Prates disse, em rede social, que se o MME quiser “orientar a Petrobras a baixar os preços de combustíveis diretamente”, será necessário seguir tanto a Lei das Estatais e as regras do Estatuto Social da companhia. Silveira reagiu dizendo que não compreender as declarações de Prates e afirmou que os preços dos combustíveis são importantes para garantir a inflação dentro da meta.

Há um certo desconforto na gestão de Prates na Petrobras, porém, muito distante de uma possível mudança na presidência da companhia. O jornal O Globo tentou ensaiar uma insatisfação tamanha a este respeito. Pura especulação. O que se pode afirmar, de concreto, é que os rumos da Petrobras precisam ser alterados e é esta pressão que Prates está sentindo.

Nesta terça-feira (21), foi convocado para uma reunião de emergência no Palácio do Planalto. Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, Rui Costa, da Casa Civil, e Alexandre Silveira, de Minas e Energia estavam presentes. O encontro serviu para fazer duras cobranças ao presidente da companhia. De que Prates pode entregar mais do que está oferecendo.

Seguiram uma série de requisitos apresentados pelo Governo a Prates, como maior empenho para a redução no preço dos combustíveis, redução na política de distribuição de dividendos, aperfeiçoar o plano de investimentos da empresa para os próximos anos e retomada da indústria naval e maior comprometimento com o conteúdo nacional.

O presidente da Petrobras terá nova reunião nesta quarta-feira (22) para discutir o plano estratégico 2024-2028 da empresa. A Reuters informou que integrantes do governo vinham conversando sobre uma possível substituição de Prates. Porém, a reunião desta terça teve a garantia pela permanência de Prates e exortações para evitar novos conflitos em público.